quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

Em breve: As Aventuras de Tintin...nos Cinemas!!


Foi na década de 80 que o nome Steven Spielberg ficou ligado à idéia de "cinemão". Desde então, tudo que o diretor toca vira ouro. Talvez por isso, ele tenha trabalhado mais como produtor e menos como diretor nos últimos anos. Mesmo assim, seu último filme, o sucesso "Indiana Jones e o Reino da Caveira de Cristal" provou que ele ainda sabe como fazer um divertido filme de aventura. Já com Peter Jackson, foi diferente. Diretor inicialmente pouco conhecido, ganhou respeito e admiração máxima com sua épica adaptação da trilogia do "Senhor dos Anéis". A fama e consagração o levaram também ao posto de produtor. Mas o que esses dois homens têm agora em comum?

A resposta é, no mínimo, promissora. O projeto de adaptar as aventuras do jovem jornalista Tintin, protagonista dos quadrinhos criados pelo belga Hergé, é um antigo desejo de Spielberg, que adquiriu os direitos pela primeira vez em 1983 (ano de falecimento do autor) e vem renovando-os desde então. Jackson se mostrou interessado na iniciativa em 2005, e os dois permaneceram trabalhando juntos no projeto desde então, mas sem grande alarde. 5 anos depois, decidiu-se que Spielberg ficaria na direção de uma trilogia, enquanto Jackson receberá crédito de produtor.


O personagem é um dos mais queridos na Europa e, se bobear, em todo o mundo. Famoso por seu jeito inquieto, topete característico e pelo companheiro canino, um fox-terrier chamado Milu, ele apareceu em 23 álbuns, escritos e desenhados por Hervé entre 1926 a 1976. As histórias agregam elementos humorísticos que se mesclam com temáticas sérias como a guerra, a escravidão, a amizade, a liberdade e a coragem. Por isso, uma adaptação era esperada há muito tempo para os cinemas, e quando se soube do envolvimento de Spielberg e Jackson, as expectativas só aumentaram.

Após anos trabalhando no projeto, ficou decidido que a trilogia seria filmada com tecnologia de ponta, que a DreamWorks (empresa de Spielberg) criará através de computação gráfica empregando tecnologia de captura de movimentos. O primeiro dos três filmes se chamará "The Adventures of Tintin: Secret of the Unicorn". A trama principal é tirada, como já adianta o título, de "O Segredo do Licorne", mas Jackson afirma que o clímax não vem de nenhuma HQ do repórter belga em particular.


Para viver o destemido reporter, foi escolhido o ator Jamie Bell, para sempre lembrado como "Billie Elliot", e tendo participado também de "Jumper"(2007) e da versão de Peter Jackson de "King Kong" de 2005. Além dele, Jackson indicou também o camaleão Andy Serkis (que deu "vida" para Gollum na trilogia "Senhor dos Anéis") para viver o Capitão Haddock, o pseudo-pirata e fiel companheiro de Tintin em suas aventuras. Outros personagens queridos terão presença confirmada no longa, como é o caso Dupont e Dupond, detetives trapalhões criados como sátira aos policiais ingleses, que ao que tudo indica serão vividos pela dupla de "Todo Mundo Quase Morto" e "Hot Fuzz", Simon Pegg e Nick Frost.


Pelas primeiras imagens timidamente divulgadas pela revista Empire, já se pode ver que o visual é arrebatador e bem fiel aos quadrinhos originais, garantindo a satisfação dos fãs. Mas como são Spielberg e Jackson por trás desse ambicioso projeto, pode-se dizer que está garantido mais um sucesso de publico e crítica. Agora é esperar para ver!!

O Verdadeiro Imperador: Irvin Kershner (1923-2010)

Sabia que muitos fariam cara de interrogação quando eu aqui lamentasse a morte do diretor Irvin Kershner, ocorrida no dia 29 de novembro. Pois também sei que muitos entenderão o motivo de tristeza quando citar o filme pela qual ele ficou famoso e será lembrado: "O Império Contra-Ataca". Sim. Para os que não sabem, o segundo e melhor filme da série Star Wars, lançado em 1980, não foi dirigido por George Lucas, e sim por Kershner, que imprimiu nessa produção todo seu talento para contar uma história envolvendo elementos de ação, suspense e humor sutil. O resultado foi uma das aventuras mais queridas pelos fãs da sétima arte.


Além dessa produção, o carismático Kershner chamou ainda a atenção no comando de "Robocop 2" (1990) e quando dirigiu Sean Connery pela última vez no papel de James Bond em "Nunca mais outra vez" (1983), filme independente que não faz parte da série original do agente secreto 007. O grande mestre se foi aos 87 anos e será sempre lembrado, mesmo que, injustamente, de forma indireta, pela grande obra-prima que deixou.


PS: Sean Connery, aqui citado como eterno intérprete do agente James Bond (foi o primeiro ator a interpretá-lo no cinema) e também ganhador do Oscar de Ator Coadjuvante em 1987 pelo papel de Jim Malone na obra-prima de Brian DePalma "Os Intocáveis", chegou recentemente aos 80 anos. O ator escocês está aposentado desde 2003, onde atuou pela última vez no irregular "A Liga Estraordinária" e garante que não voltará a atuar, tendo recusado até participar do quarto episódio da série Indiana Jones, no qual vivera o pai do personagem em 1989. É, quem pode, pode! Enfim, vida longa a esse grande astro do cinema!!

A Última Risada: Leslie Nielsen (1926-2010)


Desde meus tempos de criança (ok, grande coisa para alguém que tem 18 anos, mas enfim...), um velhinho gente boa volta e meia aparecia na "Sessão da Tarde" para disparar várias piadas de humor negro ou duplo sentido e, assim, alegrar minhas tardes. O senhor em questão era o ator e comediante canadense Leslie Nielsen, e os filmes eram os da série "Corra que a Polícia Vem Aí!", pela qual ele sem dúvida será sempre lembrado. Imortalizado na pele do atrapalhado detetive Frank Drebin, que incorporou na série citada, que teve três filmes (de 1988, 1991 e 1994, respectivamente), ele morreu no dia 28 de novembro, aos 84 anos, para ser sempre lembrado por esse papel tão querido por todos.

Além desse marcante trabalho, o ator participara de inúmeras comédias que evidenciaram seu talento para o humor. Na verdade, ele começou como ator dramático, sem grande destaque na carreira. Fez teste para o papel principal no grande clássico Ben-Hur, de 1959, o primeiro filme a ganhar 11 prêmios Oscar. Mas perdeu o papel para Charlton Heston, que ficou imortalizado por esse filme. Chegou a fazer alguns personagens sérios em alguns filmes famosos, como em "O Planeta Proibido"(1956) e "O Destino de Poseidon"(1972).

Mas seu talento foi mesmo descoberto, tardiamente, em 1980, quando roubou a cena como o médico da revolucionária comédia "Apertem os Cintos, o Piloto Sumiu!". Após o grande êxito e reconhecimento conseguido com esse filme e como Drebin, Nielsen garantiu lugar em comédias como "Drácula, Morto mas Feliz"(1995) e "Duro de Espiar"(1996). Mais recentemente, pôde ser visto nos dois últimos filmes da série "Todo Mundo em Pânico", de 2003 e 2006, como o hilário e confuso presidente dos EUA, garantindo as cenas mais engraçadas do filme.


O homem que para nós, fãs, sempre teve cabelos brancos foi visto pela última vez como o avô simpático e doidão de "Super Herói"(2008), uma sátira aos filmes de heróis, em um papel inspirado no Tio Ben da série "Homem Aranha". Muito conservado, não aparentava ter a idade avançada que tinha, até porque estava do mesmo jeito que em 1988, quando incorporou Drebin pela primeira vez. Mesma cara, mesma facilidade para fazer rir.

Nielsen já havia terminado de gravar a animação "The Waterman Movie" há mais de ano, em que ele deu voz a um personagem chamado Ready Espanosa. Bryan Waterman, o diretor, diz que procura doações em troca de agradecimentos especiais no final do filme. O patrocínio seria a única forma de levá-lo aos cinemas.

E assim acaba a carreira do simpático velhinho que animava minhas noites com sua versão de 1997 de "Mr. Magoo", também grande sucesso de público. Uma coisa é certa: muitas gerações irão ainda se divertir e gargalhar com Leslie Nielsen. Fica aqui essa modesta homenagem a um dos homens que me ensinou a rir.