quarta-feira, 16 de julho de 2014

"Malévola", 2014.


Além dos inquestionáveis "filmes de heróis", as recentes adaptações de contos de fadas vêm se tornando um gênero lucrativo e bem sucedido no cinema. Reinvenções repletas de efeitos especiais, filmes como "João e Maria: Caçadores de Bruxas" (2013) e "Jack, o Caçador de Gigantes" (2013) podem não ser unanimidade de crítica, mas atraem grande público. Agora junta-se a esse time "Maleficent", ancorado no imenso carisma de Angelina Jolie. O especialista em efeitos especiais Robert Stromberg, que trabalhou em obras como "2012" e "As Aventuras de Pi", estreia na direção com essa adaptação do clássico da Disney "A Bela Adormecida" (1959). Obviamente, aqui o foco é direcionado para a vilã Malévola, uma das mais cultuadas do estúdio. Mesmo assim, não se engane: estão lá todos os personagens do desenho original, inclusive o trio de fadas que cuidam da princesa Aurora, amaldiçoada pela personagem principal. O que muda é a motivação de todos os envolvidos. E Jolie claramente se diverte como em nenhum outro papel, principalmente na cena da foto. Funciona que é uma beleza, mesmo que quase todas suas ações sejam observar o que acontece. Juno Temple, Imelda Staunton e Lesley Manville, as fadas citadas, funcionam como escape cômico, mas a graça na maior parte das vezes vem da própria Jolie. De resto, sobra ver Sharlto Copley e Sam Riley pagando mico, fora do tom em seus pequenos papéis. "Malévola" é bem clichê e didático em diversos pontos, mas tem o visual como trunfo. Sendo o diretor um especialista no assunto, os efeitos especiais são incríveis, criam imagens belas e tornam a produção fácil de assistir - em um 3D que explora bem a vastidão do cenário e os vários detalhes em cena. Para os que mantém a expectativa baixa e assistem sem compromisso, é um passatempo agradável. Jolie, que reforça sua popularidade com o grande público, é a que mais tem motivos para sorrir.