quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

Saudação de Boas Vindas

Aqui estou, pela primeira vez, escrevendo para você que já gosta ou ainda vai passar a gostar de cinema. Um blog pode ser um passo inevitável para muitos, assim como apenas diversão para outros. Acho que para mim, é os dois casos. Espero que consiga entretê-lo, assim como a outros leitores, com meus textos, opiniões e análises. Enfim, minha parte é escrever. Ler e(ou) gostar, é com você. Espero que façamos uma boa dupla. Bem-vindo.

À Espera de Um Milagre - A longa jornada de “Avatar” rumo às telas


O título desse texto indica como eu e vários outros cinéfilos nos sentíamos em relação ao novo filme de James Cameron. Afinal, o projeto vinha sendo comentado (e esperado) há 12 anos, desde que Cameron brindou-nos com “Titanic”, vencedor de 11 Oscars e até pouco tempo atrás a maior bilheteria mundial. Desde então ele vinha prometendo que esse seu novo projeto conseguiria arrecadar mais e mudaria a maneira de se fazer e ver filmes. O que poderíamos esperar do “Rei do Mundo” dessa vez?

Os primeiros trailers não empolgaram muito, afinal, parecia apenas mais um filme de ação ambientado em um futuro com alienígenas e muitas máquinas. Mas o diretor tinha um trunfo a usar a seu favor: a tecnologia 3D.

O filme estreou cercado de expectativa no dia 18 de dezembro de 2009, dividindo críticas. Alguns se maravilharam com os efeitos que o filme apresentava, enquanto outros achavam que se tratava de uma sucessão de clichês, sem história nenhuma.

Ok, sejamos sensatos: o filme, quanto ao enredo e às atuações, não surpreende de fato. O que surpreende é exatamente o que Cameron dizia que devia surpreender: os efeitos. Todo o longa foi filmado com fundo verde, ou seja, tudo foi criado digitalmente. E é de fato difícil acreditar nisso em certas cenas. Até a maior parte dos personagens, os Na’vi, raça humanóide com língua e cultura próprias do planeta Pandora, são feitos digitalmente, através da captura de imagens e movimento com os atores. É incrível a perfeição dos personagens (que em certas horas nos leva a crer que são os próprios atores com maquiagem no corpo) e o detalhamento dos cenários. E é isso que vale no filme.

Bastam 20 minutos de projeção para nós entendermos claramente que esse filme, 10 anos atrás, não daria certo. Os efeitos são fundamentais em toda sua estrutura, e eles não existiam nessa magnitude há uma década atrás. Mas verdade seja dita: é um filme para ser assistido com a tecnologia 3D e em cinema digital. Visto em casa ou sem o efeito tridimensional, realmente, não passa de um filme de ação passado em um futuro caótico, como já disse antes. O grande diferencial está na nova abordagem dada ao já estigmatizado efeito 3D. Nesse filme, ele não é usado de forma óbvia ou previsível, com pessoas esticando as mãos em direção à platéia ou jogando objetos em sua direção. Ele é sutil, estando presente em todos os momentos, seja através da luz do Sol passando entre as arvores das florestas ou de hologramas aparecendo nos cantos dos cenários. Tudo feito para transportar as pessoas àquele universo, àquele planeta, àquela situação. De forma sutil, mas eficiente.

Agora, aproximadamente um mês depois da estréia, “Avatar” já bateu a arrecadação de “Titanic”, antes invicto no posto de maior bilheteria mundial desde 1998 (1,843 bilhão), com 1,859 bilhão arrecadado ao redor do mundo, e sendo o Brasil o décimo maior expectador do filme. O criador desbancando a própria criatura. Alem disso, o filme já deu a Cameron o Globo de Ouro de Melhor Diretor e conquistou o de Melhor Filme de Drama. Parece que as promessas de Cameron, aos poucos, estão se concretizando. Só basta saber se o filme irá ou não ser considerado um marco na história do cinema e levará os estúdios a produzir todos os filmes com a tecnologia 3D a partir de agora. Em relação a isso, continuamos à espera do tal milagre.