terça-feira, 13 de julho de 2010

Missão Impossível: Tom Cruise e Cameron Diaz voltam para um "Encontro Explosivo"


“Então Jimmy, você é um diretor que já tem certo prestígio no meio cinematográfico por seus filmes anteriores, e agora nós achamos que está na hora de você brincar de cinemão, utilizando todos os exageros que uma grande produção pode proporcionar. Topa?"
Provavelmente foi assim que os produtores de "Encontro Explosivo" (Knight and Day, no original) convidaram James Mangold para assumir a direção desse filme que tem como finalidade, antes de mais nada, promover e catapultar novamente seus protagonistas para o topo das bilheterias.

Tom Cruise está em busca de um novo sucesso de bilheteria há certo tempo, principalmente depois do injusto fracasso comercial do interessante "Operação Valquíria", de 2009. O astro viu potencial nesse roteiro em que é um agente secreto que protege a chave de uma infinita fonte de energia. Afinal, essa era a grande chance dele brincar de James Bond sem fazer alusão à franquia "Missão Impossível", que o consagrou no passado. Chris Tucker, Adam Sandler e Gerard Butler foram considerados para o papel principal antes de Cruise fechar contrato.

Como não podia deixar de ser, ele acaba se envolvendo com uma bela mulher no meio da missão. E assim temos Cameron Diaz, que nos últimos anos tem como maior sucesso a série Shrek, na qual dubla Fiona, também tentando obter mais um ponto alto na carreira. O problema é que a atriz parece repetir o mesmo tipo de personagem que sempre faz em seus filmes, cada vez mais restritos a comédias românticas bobinhas. Sem dúvida consegue até divertir em certas cenas, mas sem apresentar nada novo. Assim, o público sabe exatamente o que esperar dela em cena.


O filme em si, ao longo de seus 115 minutos, é bastante previsível, e fica nos espectadores a impressão de que tudo aquilo já foi visto anteriormente. O personagem um tanto canastrão de Cruise parece ser indestrutível em quase todas cenas frenéticas de ação que permeiam o longa. E dá-lhe tiros, explosões, situações absurdas e batidas de carro. O roteiro só serve como escada para os protagonistas falarem piadas prontas e viajarem para cenários exóticos. Embora o longa tenha sido filmado, principalmente, em Massachusetts, seis dias de filmagens ocorreram em Salzburgo, na Áustria. Algumas filmagens extras também foram feitas na Andaluzia, Espanha, Port Antonio, Jamaica e em Los Angeles, Califórnia.

No fim das contas, o público encontra um filme que é apenas leve entretenimento, para uma tarde descompromissada com amigos no shopping. Quem busca algo além disso, sem dúvida, sairá decepcionado do cinema. Parece que recuperar o prestígio dos velhos tempos tem sido uma verdadeira missão impossivel para Tom Cruise.


É verdade que esse é o trabalho menos inspirado de James Mangold, mas isso não deve afastar os olhos do público do talento desse americano que já realizou bons filmes em pouco mais de 10 anos de carreira. Ele começou na direção com o policial "Cop Land"(1997), mas ganhou projeção com "Garota Interrompida", de 1999, filme que deu o Oscar de Melhor Atriz Coadjuvante para uma ainda rebelde Angelina Jolie.

Depois de dirigir o romântico "Kate & Leopold"(2001) e fazer uma participação como ator no filme "Tudo Para Ficar Com Ele"(2002), ele voltou aos holofotes com a premiada cinebiografia do polêmico cantor country Johnny Cash no excelente e premiado "Johnny e June", filme de 2005 que ganhou o Globo de Ouro de Melhor Musical ou Comédia e que deu o Oscar de Melhor Atriz para Reese Witherspoon, no emocionante desempenho como June Carter, alma-gêmea de Cash, que é magistralmente vivido por Joaquim Phoenix, que só não levou o Oscar naquele ano pois seu concorrente era Philip Seymour Hoffman, que encarnara perfeitamente Trumam Capote no filme que leva seu sobrenome. Mas com total domínio da câmera nesse filme, Mangold deixou claro seu talento. Depois desse grande filme, ele ainda fez o eficiente western "Os Indomáveis" em 2007, um remake do filme "31 to Yuma" realizado em 1957. Assistindo a esses filmes, vemos começo promissor de um ainda novato diretor, que pode realizar belos filmes no futuro, principalmente se nao continuar escolhendo projetos preguiçosos como esse "Encontro Explosivo".