domingo, 25 de abril de 2010

O Verdadeiro Chefão – A aclamada carreira de Al Pacino


Michael Corleone em “O Poderoso Chefão”. Tony Montana em “Scarface”. Serpico no filme homônimo. O diabo em pessoa em “Advogado do Diabo”. Muitos são os personagens inesquecíveis de Alfredo James Pacino, mas conhecido pelo grande público como Al, que completa, nesse dia 25 de abril, 70 anos de vida.

O grande ator nascido na Nova York de 1940 desde pequeno imitava atores conhecidos para os familiares. Isso o levou a integrar grupos teatrais de vanguarda, que serviram para confirmar seu talento pela arte de representar. Assim, um passo inevitável foi entrar para o famoso Actors Studio, centro de formação de astros como Marlon Brando (que criou o “método” que passou a ser estudado no local), Paul Newman e, naquela época, Robert De Niro.

Mas sua carreira no cinema viria a deslanchar em um filme que entrou para a história em 1972. Pacino surpreendeu a crítica no papel do jovem obrigado a herdar o império do crime deixado por seu pai mafioso no genial “O Poderoso Chefão”. Em um filme dominado por Marlon Brando no papel principal, o então novato ator conseguiu atrair atenção para seu complexo personagem, que lhe deu uma indicação de Melhor Ator Coadjuvante, juntamente com os colegas de elenco James Caan e Robert Duvall. Seu personagem assumiu o papel principal na perfeita continuação, “O Poderoso Chefão – Parte II”(1974) e na morna parte final “O Poderoso Chefão – Parte III”(1990). Foi o suficiente para tornar seu Michael Corleone um dos personagens mais complexos e adorados da história da sétima arte, em uma atuação que ainda influencia muitos atores.


Em 1973, o ator se juntaria ao diretor Sidney Lumet para filmar o tenso thriller policial “Serpico”, onde tem um de seus papéis mais celebrados (que lhe deu a primeira indicação ao Oscar de Melhor Ator), o de um policial honesto meio hippie que luta contra a corrupção e o descaso das autoridades na tumultuada Nova York dos anos 70. Com o grande sucesso de público e crítica, o ator se juntou normalmente ao diretor em 1975, para “Um Dia de Cão”, filme em tempo real que tem outra grande atuação (que lhe deu outra indicação ao Oscar) como o assaltante que rouba um banco para pagar a operação de troca de sexo de seu companheiro e acaba chamando mais atenção da mídia do que pretendia.

Já no hall dos grandes atores, Pacino continuou escolhendo bem seu trabalhos, como o advogado de “Justiça Para Todos”, de 1979, com o qual obteve outra indicação ao Oscar. Mas o ápice de seu talento e carisma viria em 1983, com a ajuda do diretor Brian De Palma. Foi com seu filme sobre um exilado cubano que tenta subir na vida como traficante de drogas em Miami que Pacino entrou no imaginário popular para sempre.Tony Montana, mais conhecido como Scarface(devido à uma cicatriz no rosto), representa seu melhor trabalho. Apesar de não ter lhe dado prêmios, o jeito provocador, violento e ousado do personagem tornaram o ator um ícone, eternizando sua imagem.


Após aparecer como uma divertida caricatura de si mesmo no subestimado “Dick Tracy”, de 1990, que lhe deu mais uma indicação ao Oscar de Coadjuvante, finalmente veio a consagração com o Oscar em 1993, pelo magnífico desempenho como o amargurado militar cego em busca de redenção no belo “Perfume de Mulher”, após anos sem receber a merecida estatueta.

Após a premiação, fez ainda os bem sucedidos “O Pagamento Final” (1993, de novo com De Palma), “Fogo Contra Fogo”, épico de ação de 1995 de Michael Mann co-protagonizado por Robert De Niro e “Donnie Brasco” (1997), com Johnny Depp. Em 1997 faria ainda o excelente “O Advogado do Diabo”, filme no qual nos faz torcer pelo Coisa-Ruim, o que só alguém com seu talento conseguiria. E ele consegue.

O último grande trabalho do ator aconteceria em 1999, onde ele entrega uma inspirada atuação no tenso “O Informante”, de Michael Mann, um dos melhores filmes daquele ano. Desde então, o ator tem cometido vários tropeços, como “Simone”(2002) e “88 Minutos”(2007). Participou também da brincadeira entre amigos “Treze Homens e Um Novo Segredo”, apenas por diversão, em 2007.

A chance de finalmente atuar lado a lado com o igualmente genial Robert De Niro, depois de não gravar cenas com ele nos dois filmes que os tinham como protagonistas (o segundo “O Poderoso Chefão” e “Fogo Contra Fogo”, cuidadosamente montado para não ter os dois titãs juntos em nenhuma momento, pela perseguição de gato e rato entre seus personagens), veio com “As Duas Faces da Lei”, de 2008, que tinha tudo para ser um longa memorável. Mas o resultado foi apenas um filme de ação na média.


Este ano, o ator arrisca um novo papel na televisão (onde já ganhou um Emmy em 2003 pela série “Angels in América”), encarnando o “Doutor Morte” em “You Don’t Know Jack”, filme da HBO. Ele interpreta a história real do médico Jack Kevorkian, que ganhou o apelido no mundo todo por conta de sua luta pelo direito do suicídio assistido. Ele ajudou mais de 130 doentes terminais americanos a colocarem fim em suas vidas e sempre apoiou a frase “morrer não é um crime”. O próprio médico ficou impressionado com o trabalho do ator, e pelo que se pode ver nos trailers, será mais um personagem inesquecível.

Então, aos 70 anos, Al Pacino continua sendo um dos caras mais "cool" a dar as caras em Hollywood. E pelo que ele deu a entender recentemente, não vai parar de atuar tão cedo. Bom para nós.

Abaixo, o link de uma excelente homenagem à carreira desse grande mito da sétima arte, ao som de “You Shoock Me All Night Long”, da banda AC/DC. Não deixem de ver!!

http://www.youtube.com/watch?v=geIAeeYiDjo