quinta-feira, 1 de abril de 2010

Apocalypse Now – De volta ao fim do mundo com “O Livro de Eli”


Para os que gostam de filmes de ação, a pedida da temporada parece ser “O Livro de Eli”(The Book of Eli). Mas não se iluda, pois o longa dirigido pelos irmãos Hughes (Albert e Allen, que fizeram em 2001 “Do Inferno”, adaptação da história em quadrinho de Alan Moore) procura mais ser uma espécie de “Eu Sou a Lenda” do que um filme de ação ininterrupta. No fim das contas, o resultado acaba lembrando mais a série Mad Max (estrelada no inicio da década de 80 por Mel Gibson), mas mesmo assim apenas visualmente.

Falando no visual, esse é o ponto alto do filme. As imagens de um mundo destruído (por uma guerra que não chega a ser claramente explicada) são realmente impressionantes. A fotografia em tom de Sépia também é acertada, dando ao filme visual próprio. Mas o roteiro em si pouco inova, mostrando originalidade apenas na cena em que um casal de velhos com hábitos poucos ortodoxos é encontrado no meio do deserto. Atenção para ela.

Denzel Washington, ótimo ator do filme “O Gangster”(2007), entre outros grandes filmes, conduz o filme muito bem como o tenso personagem do título, que protege seu livro, a última cópia da Bíblia, de um tirano que quer tê-lo para justificar seus atos cruéis no comando de uma cidade que resistiu à destruição. Acompanhando ele, está o magnífico Gary Oldman (visto recentemente como Comissário Gordon em “O Cavaleiro das Trevas”(2008), ator de grande potencial que infelizmente sempre é relegado a papéis secundários. Aqui, mais uma vez,ele defende bem seu papel e rouba todas cenas como vilão. Malcolm McDowell, eternizado no clássico “Laranja Mecânica”(1971) de Stanley Kubrick, aparece rapidamente no final do filme, que conta ainda com a beleza de Mila Kunis (da saudosa série “That’s 70’S Show”) em um papel sem grande profundidade, o que é refletido em sua atuação. Sua personagem por várias vezes se mostra deslocada no meio da história.

Apesar das falhas no roteiro, o filme consegue entreter por grande parte do tempo, falhando apenas no seu preguiçoso final, que ao invés de se aproveitar da grande surpresa apresentada pelo roteiro, corre para uma finalização apressada e previsível. No final das contas, o público se vê diante de um filme de ação violento e eficiente, mas que podia ser bem melhor. Em meio a tantos filmes sobre o fim (ou melhor, recomeço) do mundo, como o espetáculo “2012” e o poético “A Estrada”, “O Livro de Eli” funciona como válvula de escape, sem exigir grandes reflexões, apenas oferecendo entretenimento passageiro.

2 comentários:

  1. po, qdo eu encontrei o tamaki no shop leblon e ele disse que tinha dormido metade do filme, eu achei que fosse chato! mas pela descrição aqui parece mto legal! agora quero ver! heheheh

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  2. fui ver o filme, afinal! hehhe
    gostei bastante! mesmo sendo um filme que se baseia na fé, na bíblia, na religião, é bem agitado, nem um pouco clichê e me fez pensar... muito bonita a mensagem que ele passa! =)

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