Depois de tanto perguntarem quais eram meus filmes favoritos ou quais clássicos do cinema eu recomendava, finalmente organizei uma lista para satisfazer a curiosidade dos interessados. E como em 2012 eu completo 20 anos de vida, selecionei os 20 filmes que mais me marcaram e influenciaram - até agora, é claro! Foi uma dura escolha e seleção, mas o resultado final conseguiu equilibrar clássicos e obras mais recentes, assim como vários gêneros: do musical ao terror, do romance à ação, da comédia ao drama histórico.
Sem mais enrolação, vamos aos filmes!!• 
O Poderoso Chefão (1972)
+ O Poderoso Chefão – Parte II (1974), de Francis Ford Coppola

Aula      de atuação com Marlon Brando e Al Pacino. Cenas e falas mais memoráveis da      história do cinema. Trilha sonora belíssima eternizada por Nino Rota.      James Caan e Robert De Niro (na Parte II) ensinando como roubar cenas. O      resultado é o maior clássico atemporal do cinema americano - que consegue      funcionar ainda melhor (!) com a continuação de 1974 - e a figura de Michael      Corleone (Pacino) como um dos personagens mais interessantes e complexos da      sétima arte. Nenhum momento ou diálogo é dispensável na grandiosa saga da família      mafiosa mais 
famosa do mundo. -  Beleza Americana (1999), de Sam Mendes
 

Dizer      que o filmaço de Sam Mendes é uma perfeita crônica crítica do “
American Way Of Life” já soa como      redundância. Kevin Spacey está simplesmente antológico como o pacato pai      de família que resolve radicalizar sua vida ao cansar de ser traído pela      esposa e desprezado pela filha. E os delírios de seu personagem com a      ninfeta encarnada por Mena Suvari estão entre as cenas mais bonitas do      cinema americano.
- Amadeus (1984), de Milos Forman
 

Obra-prima      que provavelmente é o melhor filme histórico já feito, com personagens marcantes      que prendem completamente a atenção durante as 3 horas de duração. Sem      falar na melhor e mais corajosa interpretação de uma figura histórica bem      conhecida: Tom Hulce encarnando um excêntrico e delirante Mozart. Tudo funciona maravilhosamente: atuações, montagem, cenários, visual e, claro, a trilha sonora com as músicas do compositor austríaco.  
- Psicose (1960), de Alfred Hitchcock
 

Nenhum diretor brincou tão      brilhantemente com uma trama como Hitchcock nessa obra-prima, tendo a      coragem de não só matar a protagonista na metade do filme, mas de fazer      isso em uma cena de assassinato tão ousada e inovadora que entrou para a história como      provavelmente a mais famosa do cinema. Uma aula de direção cinematográfica por  um de seus maiores mestres.
- O Mensageiro do Diabo (1955), de Charles Laughton
 

O único      filme dirigido pelo ator Charles Laughton se passa em uma cidadezinha do      interior com os cenários mais idílicos e sombrios já vistos, inspirados diretamente      pelo Expressionismo Alemão. Nunca um filme americano fez melhor uso do      contraste entre luz e sombras. Além de Robert Mitchum imortalizando cada segundo em que aparece como um psicopata que é o capeta em pessoa -      sedutor, irônico e violento -, o filme conta ainda com Lillian Gish, antiga      estrela do cinema mudo, que saiu de seu recluso para dar vida à única gota      de esperança nos verdadeiros quadros em movimentos que pontuam essa pérola pouco conhecida.
 
  - Era Uma Vez Na América (1984), de Sergio Leone
 

Cada      fotograma é uma verdadeira obra de arte nesse lírico filme dirigido      magistralmente por  Leone e embalado pela mais linda trilha sonora      escrita por Ennio Morricone. A Nova York da década de 20 nunca foi tão bem      recriada nas telas como nesse filme. Um deleite visual e sonoro de 4 horas      de duração, que valem a pena em cada minuto.   
 
- A Primeira Noite De Um Homem (1967), de Mike Nichols
 

Dustin      Hoffman - em seu papel de estréia - dando uma aula de comédia, Anne      Bancroft transformando sua “Mrs. Robinson” em uma das melhores personagens      femininas do cinema e Nichols ensinando como fazer uma história      simples virar um filmaço. Sem falar na trilha sonora feita especialmente      por Simon & Garfunkel, que só ajudou a eternizar a produção.
- Nosferatu (1922), de F.W.Murnau
 

Cinema      em sua essência, atemporal e universal. O clima sombrio criado por Murnau      fez escola, e a imagem apavorante e hipnotizante do vampiro      consegue ainda ser, quase 90 anos depois, a melhor encarnação do mal nas      telas. Cinema mudo da melhor qualidade.  
- Em Busca Do Ouro (1925), de Charlie Chaplin
 

O      ícone máximo do cinema, Chaplin consegue aqui misturar comédia, ação,      romance, aventura e até certas doses de horror no filme que simplesmente      despertou minha paixão pela sétima arte. Nada mais justo para o trabalho pelo      qual ele queria ser lembrado.
- Cantando Na Chuva (1952), de Stanley Donen e Gene Kelly
 

Sim, Hollywood sabe fazer piada de si mesma. E em nenhum outro filme a magia do cinema está tão presente e pulsante como nesse que continua sendo o melhor musical da história. Gene Kelly está imortal em cada fotograma desse filme que parece nunca envelhecer ou perder seu encanto original.
- 8 1/2 (1960), de Federico Fellini
 

Metalinguagem      pura na mais deliciosa viagem do mestre Fellini. De quebra, ainda imortaliza      Marcello Mastroianni como um dos caras mais “cool”que o cinema mundial já      viu. Prova de que, em cinema, não há limites entre o sonho e o real: tudo      que é pensado pode ser filmado. Bom para nós!
- Bonnie & Clyde (1967), de Arthur Penn
 
Warren Beatty  e Faye Dunaway formam um dos mais belos casais do cinema na história real dos ladrões de banco que aterrorizaram o interior dos EUA na década de 1930. O elenco de rostos marcantes - que inclui ainda Gene Hackman e Gene Wilder - só fortalece o culto a esse filme seminal que mistura ação, humor e violência até o repentino clímax. 
  - Sindicato de Ladrões (1954), de Elia Kazan
 

Atuações      viscerais de todo o elenco (principalmente do protagonista Marlon Brando e de Karl Maden)      marcam essa obra-prima que comprova todo talento de Elia Kazan, um dos      diretores mais brilhantes e injustiçados da Fase de Ouro de Hollywood. Realismo,      atuações e profundidade na tela como nunca visto até então.
- Moscou Contra 007 (1963), de Terence Young
 

Mais      do que um dos melhores filmes de James Bond, a segunda aventura do agente      secreto nos cinemas é um dos melhores filmes de espionagem já feitos. Além      de ter Sean Connery no auge de seu charme e Robert Shaw como um dos      melhores vilões do cinema, as locações perfeitas escolhidas na Rússia      ajudam a manter o clima de suspense do início ao fim.  
- Trainspotting (1996), de Danny Boyle
 

Toda      a geração da década de 90 em 90 frenéticos minutos. A edição em estilo      "videoclipe" poucas vezes foi tão bem usada, em um filme que consegue ser      chocante e eficiente na medida certa.  
 
  - Touro Indomável (1980), de Martin Scorsese
 

Conhecido      por seus filmes violentos de edição acelerada, aqui Scorsese desacelera um pouco e o resultado é sua maior herança para o cinema. A fotografia em preto-e-branco      ajuda a eternizar sua melhor parceria com Robert De Niro, que      merecidamente levou o Oscar pela total entrega ao papel do pugilista Jake      La Motta. Um filme que bate e fica.
- Os Sonhadores (2003), de Bernardo Bertolucci
 

Um dos melhores diretores do mundo, Bertolucci faz desse filme uma sutil e belíssima declaração de amor ao cinema, através de um complexo (e polêmico!) triângulo amoroso. De quebra, ainda imortaliza Eva Green como uma das mais belas musas do cinema moderno.- 500 Dias Com Ela (2009), de Marc Webb
 

Uma      rara comédia romântica que foge de todos os clichês, sendo um espelho da      atual geração alternativa através de um humor inteligente, trilha sonora      inspiradíssima e edição moderna. A vida amorosa como ela é.
- O Labirinto Do Fauno (2006), de Guillermo del Toro
 

      Enorme      poço de criatividade visual, a sombria fábula de Guilhermo Del Toro é um      dos filmes mais belos e sinistros do cinema atual. Os cenários e as      maquiagens fantásticas são motivos mais que suficientes para justificar a      consagração do filme mundo afora e no coração dos cinéfilos de plantão – e      para matar Tim Burton de inveja.
 - Los Angeles - Cidade Proibida (1997), de Curtis Hanson
 
   
Maior      herdeiro do cinema Noir da década de 1940, o filme de Hanson foi ofuscado      na época de seu lançamento pelo fenômeno “Titanic”. Tratamento injusto      para um dos melhores filmes policiais americanos, que revive o glamour da      “década de ouro” de Hollywood e onde nada é o que parece. Como bônus, um      dos melhores elencos da década de 1990 – com Kevin Spacey e Russel Crowe      ensinando como roubar as atenções em papéis secundários.
-> Então é isso! Os filmes listados acima são altamente recomendados a todos. E lembrando que nenhum deles deve ser considerado "o melhor filme de todos os tempos". Bom é pensar que "o melhor filme" ainda será visto. Afinal, o show tem que continuar.